Quais são as inteligências exigidas para a nova liderança 4.0 na era da quarta revolução?
No seu lívro “A quarta revolução”, o economista Klaus Schwab, aponta que “atualmente, enfrentamos uma grande diversidade de desafios fascinantes; entre eles, o mais intenso e importante é o entendimento e a modelagem da nova revolução tecnológica, a qual implica nada menos que a transformação de toda a humanidade. Estamos no início de uma revolução que alterará profundamente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”.
Portanto, é de crucial importância o entendimento do conceito liderança 4.0 e quais serão as inteligências necessárias para o líder da atualidade vencer os impactos causados pelo advento desta revolução.
Mas, antes de falar sobre estas inteligências, irei reforçar neste artigo minha conceituação sobre liderança inspiradora 4.0 que são as novas atribuições que um líder deverá possuir para inspirar pessoas e equipes com uma visão convincente de futuro, garantindo uma direção clara onde todos possam trabalhar coletivamente para o alcance de um objetivo em comum. O objetivo desta nova liderança será o de enaltecer forças de virtude e caráter de suas equipes, criando um senso de propósito coletivo com impulso para mudança.
Essencialmente, um líder inspirador deve possuir um senso de visão que está acima e adiante do seu tempo: é uma visão de futuro. Além disso, deve saber inspirar pessoas com esta visão, fazendo-as assumirem missões ousadas e responsabilizarem-se pelos resultados que serão obtidos coletivamente. Os líderes inspiradores não comandam equipes, ao contrário, desenvolvem e performam equipes.
Liderança inspiradora 4.0, portanto, é a capacidade de articular uma visão compartilhada para assumir riscos de forma inteligente e direcionada. Lembrando que toda inspiração exige um grau de vulnerabilidade: líderes que compartilham suas ideias inovadoras nem sempre serão bem-vindos, pois sempre existirão pessoas dispostas a reforçar o medo e a mesmice. Líderes inspiradores incomodam as pessoas que estão na zona de conforto ou acomodação, este é o preço a se pagar pelo progresso. A dica aqui é procurar se cercar de pessoas que também pensam “acima e adiante” do seu tempo. Neste quesito, Klaus Scwab complementa em seu livro: “Precisaremos de líderes inteligentes emocionalmente e habilidosos para modelar e fazer prosperar um trabalho cooperativo. Eles precisarão ser coaches ao invés de comandar; precisarão dirigir por empatia, não pelo ego. A revolução digital precisa de uma liderança diferente e humanizada.”
Portanto, faz-se necessário à partir desta reflexão, o entendimento das 4 inteligências que serão mais exigidas para a nova liderança 4.0: inteligência contextual, inteligência física, inteligência emocional e inteligência inspiracional.
1. Inteligência contextual
É a “mente” da liderança e da organização, tem a ver como o líder se orienta para orientar a organização. Podemos citar alguns líderes que possuem esta inteligência, como Steve Jobs, Warren Buffet, entre outros. Estes líderes possuem uma habilidade ímpar de antecipar tendências, pois estão “antenados” com o contexto sócio-economico mundial.
Para que isso ocorra, são necessárias 3 habilidades específicas:
• CONTEXTUALIZAÇÃO: É a capacidade e disponibilidade de antecipar tendências e “unir pontos”, reunindo conhecimentos e informações de diversas redes de contato (internas e externas).
• ADAPTABILIDADE: É a capacidade de adaptar-se rapidamente à uma nova tendência, utilizando os conhecimentos e informações adquiridos do contexto para desenvolver e implementar mudanças.
• CONECTIVIDADE: É a capacidade de redistribuir os conhecimentoe e informações adquiridos do contexto para suas redes de contato, gerando parcerias eficazes para o alcance dos resultados.
2. Inteligência física
É, literalmente, saber cuidar do “corpo” ou o entendimento de como um líder nutre o seu bem-estar. Nunca foi tão exigido dentro do ambiente corporativo a prevenção e manutenção da saúde organizacional, ou seja um líder precisa ter a consciência exata de como manter sua saúde corporal e mental, deve saber também qual é o seu limite e de sua equipe. Para que isso ocorra, são necessárias 3 habilidades específicas:
• CONSCIÊNCIA CORPORAL: É a capacidade de ter consciência do seu corpo reconhecendo os movimentos corporais e os estímulos sensoriais (visão, audição e cinestesia).
• ESTADO DE PRESENÇA: É a capacidade de manter-se em concentração focada (corpo e mente) utilizando todas as sensações e percepções que possam possibilitar um impacto positivo na maneira de ser, pensar e agir.
• RESILIÊNCIA: É a capacidade de movimentar-se conforme as complexidades dos desafios, procurando entender e aprender novas maneiras para manter seu corpo e mente com harmonia nas situações de estresse.
3. Inteligência emocional
É o “coração” da liderança e da organização. Tem a ver como a liderança processa e gerencia as emoções no ambiente de trabalho. Para que isso ocorra, são necessárias 3 habilidades específicas:
• AUTORREGULAÇÃO: É a capacidade de compreender e saber controlar e expressar suas emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.
• EMPATIA: É a capacidade de saber adaptar-se compreensivamente à manifestação das emoções dos outros pela interpretação da linguagem verbal e não verbal.
• HABILIDADES SOCIAIS: É o conjunto de capacidades comportamentais que fundamentam a comunicação e as interações sociais (assertividade, comunicação empática e relacionamento interpessoal).
4. Inteligência inspiracional
É a “alma” da liderança e da organização. É como o líder se inspira para poder inspiras às pessoas à sua volta. Podemos citar grandes líderes da humanidade que possuíam esta inteligência, como Mahatma Gandhi, Winston Churchill, Martin Luther King Jr, Nelson Mandela. Estes líderes possuem uma habilidade ímpar de inspirar seus liderados com sua paixão e comprometimento pela causa. Para que isso ocorra, são necessárias 3 habilidades específicas:
• SENSO DE PROPÓSITO: É a capacidade de inspirar um propósito fomentando impulsos criativos que elevem a consciência coletiva e moral, com base em um forte “sentimento compartilhado de destino”.
• ENGAJAMENTO: É a capacidade de gerar um sentimento generalizado de objetivo comum onde todos se sintam coletivamente responsáveis pelo alcance dos resultados.
• CONFIANÇA: É a capacidade de promover um clima de confiança mútua no trabalho em equipe para que as decisões estejam alinhadas ao interesse em comum e nunca na busca dos interesses interesses individuais.
Conclusão
Criar uma cultura corporativa inspiradora é saber preparar também uma liderança inspiradora 4.0 para vencer os impactos que serão promovidos pelo advento da quarta revolução industrial, pois, no futuro a demanda recairá muito mais sobre as habilidades de resolução de problemas complexos, competências sociais e de sistemas e menos sobre as habilidades físicas ou competências técnicas específicas.
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Meu nome é Edson De Paula, sou doutorando e mestre em Psicologia pela PUC e Palestrante Especialista em Comunicação e Comportamento Organizacional. Mais de 1500 empresas já foram impactadas pelos meus conteúdos em palestras e treinamentos.
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