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Utilizando a Comunicação Não-Violenta (CNV) no Ambiente de Trabalho

Utilizando a Comunicação Não-Violenta (CNV) no Ambiente de Trabalho

O que é violência?

Quando buscamos compreender um comportamento violento ou agressivo é comumente verificável o uso indevido de poder abusivo, emprego intimidante de força física e assédio moral, mas para uma simples questão de definição: o que seria violência? De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde, violência é “uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação'.

Compreende-se também que pode ser tipificada como violência física, psicológica, moral, sexual, econômica e social, e que comportamentos violentos podem conter em si um ou mais tipos de violência”. Sob essa premissa, podemos deduzir que toda forma de violência pode ser uma “via de mão dupla”, ou seja, assim como na lei da reciprocidade – do ato de dar e receber simultaneamente – na qual respeito gera respeito e gentileza gera gentileza, violência também gera violência na mesma proporção.

O que é Comunicação Não-Violenta?

Para evitar as dinâmicas de comunicação violenta dominatórias, desresponsabilizantes e classificatórias, que visam rotular ou enquadrar os interlocutores, o psicólogo Marshall B. Rosenberg, na década de 1970, desenvolveu o processo da Comunicação Não-Violenta (CNV), que visa a predominância de uma comunicação mais empática e assertiva para melhorar a qualidade de vida de quem a utiliza e das pessoas ao seu redor. Segundo Marshall, “Toda violência é a manifestação trágica de uma necessidade não atendida” e, sobre esta consideração, todas as possíveis ações são baseadas na tentativa de satisfazer as necessidades humanas e quando estas não são atendidas, incorre a comunicação violenta que pode ser, subsequentemente, seguida por um ato violento.

Rosenberg baseou a CNV na aproximação com a filosofia de Ahimsa (não violência) do líder pacifista indiano Mahatma Gandhi e na Terapia Centrada na Pessoa do psicólogo humanista norte-americano Carl Rogers, se concentrando principalmente na elaboração de estratégias eficazes que visam atender às necessidades humanas (citadas anteriormente) em todas as partes de um diálogo. Desse modo, os princípios da CNV incluem o não julgamento, a rejeição de formas agressivas de discurso, bem como 4 passos que devem seguidos em um diálogo: a elaboração de fatos por meio da qualidade de atenção (observação), saber expressar as emoções de forma correta (sentimentos), saber expressar seus valores ou aquilo que valoriza (necessidades) e saber formular um pedido ao outro de forma empática e assertiva (solicitação).

Os 4 passos da Comunicação Não-Violenta

O objetivo principal da CNV é o estabelecimento da harmonia interpessoal e a da obtenção de conhecimentos para cooperação mútua, portanto, as palavras que você utiliza em um diálogo podem fazer uma grande diferença para o estabelecimento de uma conexão mais empática com seus interlocutores. Portanto, siga estes 4 passos para elaborar a CNV:

Passo 1: Observação

Procure observar sem julgar e avaliar. Observe a situação e procure apontar fatos e dados. Quando combinamos observação com julgamento ou avaliação, as pessoas tendem a receber isso como crítica, ou seja, quando compartilhar suas observações com os outros, evite utilizar os termos “sempre”, “nunca”, etc.

• Julgamento/ Avaliação: “Você nunca faz o que eu peço!”

• Observação: “Nas últimas duas vezes que eu pedi o relatório, você não me entregou”

Passo 2: Sentimento

Saiba identificar e comunicar corretamente seus sentimentos nas situações para aumentar a empatia e a possibilidade de gerar conexão com os outros. Tome cuidado para não utilizar um “falso sentimento” na sua fala, não adianta começar a frase com “eu sinto” e, em seguida, compartilhar seu pensamento ou julgamento ao invés de sentimentos.

• Falso sentimento: “Eu sinto que você não me entende, não liga para mim!”

• Sentimento: “Eu sinto uma frustração quando percebo que você não me ouve”.

Passo 3: Necessidade

Por trás de um comportamento agressivo existe uma necessidade que não foi atendida, portanto, é preciso saber expressar a necessidade que está por trás do sentimento para valorizar a opinião que você defende. Uma dica aqui é iniciar com o sentimento que tem em relação à situação e, na sequência, colocar a necessidade, o valor que você defende.

• Frase que não expressa necessidade: “Essa bagunça está demais!”

• Necessidade:Sinto irritação (sentimento) com sua falta de zelo, porque organização (necessidade/ valor) é algo muito importante para mim”.

Passo 4: Solicitação

Deixe claro o que precisa ser feito de acordo com suas observações, sentimentos e necessidades para reforçar sua assertividade na comunicação. É importante saber solicitar como você quer ser atendido pelo outro, mas tome cuidado para não transformar uma “solicitação” em uma “exigência”.

Exigência: “Eu quero que você me compreenda!”

Solicitação: “Para saber se fui compreendido, peço que repita o que eu falei sobre esse assunto”

Conclusão

Nas minhas palestras, treinamentos e oficinas sobre Comunicação Não-Violenta nas Organizações, costumo inserir exemplos de como aplicar a CNV na cultura corporativa, dar dicas importantes de como melhorar a comunicação empática e assertiva para promover relações mais afetivas e duradouras com pessoas e equipes.

Conhecimento é uma questão de aprender, praticar e compartilhar e, para mim, o ponto mais importante da CNV é a liberdade de escolher aquilo que queremos fazer com aquilo que aprendemos: podemos aprender sobre empatia e escolhermos não a praticar, simples assim.

Contudo, quando não praticamos a não-violência devemos estar cientes das consequências advindas dessa escolha, pois de acordo com a lei da reciprocidade já citada neste texto, violência também gera violência na mesma proporção. Muito do que escrevi neste artigo parece óbvio demais, mas como diria Marshall B. Rosenberg, “O óbvio é apenas o resultado de um exercício de arrogância, no qual você acredita que o outro tem obrigação de chegar à mesma conclusão que você”. Então, minha intenção ao escrever não foi a de exercitar minha arrogância, portanto, gostaria muito de ouvir sua opinião sobre CNV e saber se você está praticando-a na sua vida pessoal ou profissional... Por favor, compartilhe no comentário.

 

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Meu nome é Edson De Paula, sou doutorando e mestre em Psicologia pela PUC e Palestrante Especialista em Comunicação e Comportamento Organizacional. Mais de 1500 empresas já foram impactadas pelos meus conteúdos em palestras e treinamentos.

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