Em meu livro e na palestra “Torcendo por você!” que já ministro há algum tempo em todo Brasil, resolvi compilar alguns conceitos e reflexões sobre os aspectos comportamentais da autoliderança pessoal e profissional com o universo do futebol. É uma analogia inteligente e bem-humorada que apresenta respostas para as principais perguntas de quem deseja chegar ao topo na sua carreira profissional com comparações entre o mundo do futebol e os aspectos relevantes dos ambientes corporativos.
Resolvi, então escrever este novo artigo que faz um “upgrade” nas informações do livro, pois tanto o futebol quanto o mundo corporativo estão cada vez mais competitivos e dinâmicos, portanto, em constante atualização e em movimento de mudança.
Estarei agregando alguns conceitos aos já inseridos no livro e apresentando novas analogias, espero que aprecie os tópicos apresentados a seguir.
• Existem algumas semelhanças entre a estrutura hierárquica do futebol com o mundo corporativo. São elas:
Torcida = Clientes
Clube = Empresa
Dirigentes = Diretores
Técnicos = Líderes
Árbitro = Normas e regras
Jogadores = Funcionários
Gol = Objetivo
• Assim como existe uma pressão para se vencer um campeonato também existe a pressão no mundo corporativo para atingir metas:
Assim como um técnico precisa conhecer cada jogador em campo, pois existirão pressões - tanto internas (como um jogador pensa e se comporta em campo sob pressão) quanto externas (maneira como uma torcida reage aos resultados) - do mesmo modo, as empresas precisam conhecer muito bem o seu capital humano para poder vencer pressões e momentos de crise ou mudanças no mercado. Uma equipe bem preparada e que seja criativa, estratégica e resiliente tem mais chances de sobreviver no mundo corporativo: o que faz a diferença nos resultados é como uma equipe trabalha sob pressão e rende nas adversidades.
• É preciso, mais do que nunca, ficar de olho nos adversários:
Assim como as equipes de futebol têm analisado seus adversários, assistindo vídeos das partidas e treinando estratégias para bloquear o outro time, da mesma forma as empresas necessitam constantemente analisar sua concorrência para investir em estratégias criativas para ficar no topo do mercado que é altamente competitivo. É preciso, acima de tudo, ter um olhar de dentro para dentro, de dentro para fora e de fora para dentro da organização, ou seja, uma visão sistêmica de 360º que possibilite o entendimento pleno de como a empresa e o mercado funcionam e quais são as tendências do futuro.
• As equipes devem estar preparadas para atigirem metas específicas:
Um clube quer conquistar o campeonato, a empresa precisa bater metas. Com isso o ato de “bater um escanteio, uma falta ou um penalti” é uma das metas para se marcar um “gol” que é o grande objetivo de uma partida de futebol. Perceba que sempre tem um jogador experiente em campo que lidera o ato de “bater um escanteio, uma falta ou um penalti”, pois ele é o que está mais preparado para alcançar o objetivo. No mundo corporativo, existem equipes preparadas para metas específicas, como por exemplo, uma equipe de vendas deve vender (meta), a de logística distribuir (meta), dentre outras. Encontrar o jogador certo para “jogar” na equipe certa dentro do ambiente corporativo é o grande desafio das organizações na atualidade.
- O jogador certo para jogar na posição certa:
Quanto a gestão de talentos, no futebol cada jogador sabe exatamente qual é o seu lugar em campo e qual é o plano tático para sua posição, por isso veste a camisa que realmente lhe pertence. Já no mundo corporativo ainda vemos “jogadores” jogando em posições erradas. É preciso saber identificar quais são as habilidades de cada colaborador, investir em processos de analise de perfil comportamental, treinamento e COACHING para saber exatamente se o funcionário está apto a desenvolver com excelência sua atividade profissional.
• A preparação de uma equipe não é de uma hora para a outra, é preciso treinar:
Uma seleção leva até 4 anos para ser escolhida, preparada fisicamente e treinada taticamente para poder disputer o maior campeonato que existe: a Copa do Mundo. do mesmo jeito deve ser encarado o investimento em treinamento continuo de um organização. Os times de futebol têm investido nas suas equipes de base que são os futuros jogadores do clube, com isso vão abastecendo seu celeiro de jogadores, criando uma estrutura que visa a sucessão e continuidade do capital humano. As empresas estão começando a investir em projetos de sucessão. Muitas empresas estão contratando especialistas em COACHING PARA EQUIPES DE LIDERANÇA para reforçar ainda mais o senso de continuidade, criando sucessores que possam ocupar posições mais elevadas no ambiente corporativo, visando o aumento do nível de qualificação profissional do capital intelectual humano.
• É preciso analisar constantemente a performance de uma equipe:
Um time tem apenas 90 minutos para conquistar o resultado de uma partida, portanto a análise da performance individual do rendimento em campo de cada jogador é mais intenso e visível do que em um ambiente corporativo. Em uma partida de futebol, você vê ao vivo e em cores quando um jogador não está bem preparado para o jogo. Em uma empresa, infelizmente, ainda levam-se meses e até anos para perceber que o desempenho de um funcionário não está adequado à função que ele ocupa. Estratégias de avaliação de desempenho, análise 360º, testes de perfil comportamental devem ser constantemente reforçadas dentro do ambiente empresarial, pois para maximizar a PERFORMANCE de uma equipe faz-se necessário o aumento da potencialidade coletiva e a diminuição das interferências que possam ofuscar o desempenho para o alcance de resultados. Lembrando que são necessários 11 jogadores para se fazer um único gol. Na empresa, o espírito de equipe também é importante, pois EQUIPE é um grupo de pessoas que se sente COLETIVAMENTE RESPONSÁVEL pelo alcance de um resultado.
• Quem “joga” mais também ganha mais:
No futebol existem jogadores que são “craques, estrategistas, goleadores, atacantes” na sua posição e por isso ganham mais. No mundo corporativo também é assim, existem colaboradores que são mais operacionais e, por isso ganham menos que os estrategistas, criativos ou que são líderes por natureza.
Do mesmo modo que é preciso saber administrar esta discrepancia salarial no mundo do futebol, também é preciso fazê-lo no ambiente corporativo. Por isso, faz-se a necessidade de uma boa equipe de Gestão de Pessoas e um bom projeto de Plano de Carreira. No futebol ainda existe o “bicho” que é uma premiação que os jogadores recebem por vencerem uma partida ou um campeonato. Nas empresas, os profissionais mais habilitados e que batem suas metas, muitas vezes são recompensados com aumentos de salário ou promoção como forma de meritocracia. É preciso ter políticas muito bem definidas para reconhecer aqueles que “vestem mais a camisa” do clube.
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